O Ministério da Educação esclareceu, na noite desta terça-feira, que a circulação do livro de português da 8ª classe contendo referências ao rapper Azagaia, falecido, tornou-se ilegal desde 2023. De acordo com Silvestre Dava, representante do Ministério, não há autorização para que esse manual continue a ser utilizado.
A declaração surge em resposta a manifestações de indignação nas redes sociais desde segunda-feira, motivadas pelo tratamento dado ao rapper no material didático.
Dava explicou que o conteúdo do livro foi descontinuado no âmbito da reforma curricular iniciada em 2017 no ensino primário e que, em 2023, alcançou o ensino secundário. O manual esteve em vigor de 2016 a 2022, após ter sido produzido em 2014 e comercializado a partir de 2015.
Com a implementação da reforma, todo o material do currículo anterior foi descontinuado, incluindo o livro de língua portuguesa da 8ª classe. “Isso significa que, desde 2023, a circulação deste livro tornou-se ilegal e não há autorização para que ele continue a ser usado”, afirmou Dava.
Atualmente, estão sendo produzidos novos materiais para apoiar o ensino secundário, e em breve serão distribuídos os cadernos de apoio à aprendizagem da 8ª classe.
Quando questionado se a decisão tinha motivações pessoais ou políticas, e por que só agora o Ministério se manifestava, Dava negou qualquer intenção de prejudicar alguém. “Se esse texto foi incluído, pode ter havido um descuido na seleção do material. O autor pretendia exemplificar um texto jornalístico e, na página 111 do livro, há três textos para ilustrar esse gênero”, explicou.
Sobre o momento da manifestação oficial, Dava justificou que a necessidade de esclarecimento surgiu devido à recente repercussão do caso nas redes sociais. “Nosso objetivo é apenas esclarecer que esse material já não está em circulação”, concluiu.
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