A recente redução nos preços dos produtos petrolíferos, em vigor desde quinta-feira, foi bem recebida pelo setor privado, que a considera uma medida acertada para aliviar o custo de vida da população. Agostinho Vuma, presidente da CTA (Confederação das Associações Económicas de Moçambique), destacou que a queda nos preços dos combustíveis terá um impacto positivo no desempenho da indústria de processamento.
“Entendo que muitos esperavam uma redução maior no preço da gasolina. No entanto, o subsídio concedido pelo Governo priorizou o gasóleo, que beneficia tanto os cidadãos quanto o setor produtivo. Foi uma decisão assertiva. Ainda há espaço para mais ajustes, mas é preciso considerar a estrutura de custos, já que Moçambique importa combustíveis e não os produz”, explicou Vuma.
Vuma reconhece que, embora a redução seja um avanço, o alto custo de vida no país, agravado por desastres naturais e instabilidades, exige medidas adicionais. Ele elogiou a escolha do Governo em focar no gasóleo, que é amplamente utilizado pelo setor produtivo e no transporte público. “O Governo está a fazer um esforço significativo, mesmo com recursos limitados. A redução no preço do gasóleo pode impactar diretamente o cidadão, especialmente no custo do transporte público, que tem sido uma preocupação para os investidores do setor”, afirmou.
O empresário também alertou para a necessidade de o Governo equilibrar as expectativas com a realidade econômica do país. “Não podemos nos acostumar com o que não podemos sustentar. Moçambique importa combustíveis, e isso implica custos adicionais. A redução atual é um sinal positivo, mas precisamos estar cientes das limitações”, disse. Ele destacou ainda que a redução, embora modesta no caso da gasolina, reflete as tendências do mercado internacional e demonstra a sensibilidade do Governo às flutuações globais.
A decisão do Governo incluiu a redução do preço da gasolina de 86,25 para 85,82 meticais por litro, enquanto o gasóleo passou de 91,23 para 86,79 meticais por litro, uma queda de 4,44 meticais. Houve também ajustes menores no preço do gás veicular e do petróleo de iluminação, enquanto o preço do gás de cozinha permaneceu inalterado.
Essa medida pode ser o primeiro de vários passos que o Executivo pretende tomar para aliviar os custos dos combustíveis. No entanto, Vuma reforçou a importância de manter uma política realista, considerando as limitações econômicas do país e a dependência de importações. “O esforço do Governo é louvável, mas precisamos de um equilíbrio entre as expectativas da população e a sustentabilidade econômica”, concluiu.
Comentários
Postar um comentário