Os principais beneficiários do "Compromisso Político para um Diálogo Inclusivo" são o partido Frelimo e Daniel Chapo, atual Presidente da República e líder da formação política, afirmou Manuel de Araújo, edil de Quelimane, na Zambézia.
O documento foi assinado ontem, em Maputo, pelo Presidente da República e representantes de dez partidos políticos. Na visão de Araújo, Frelimo e Chapo saíram como os grandes vencedores desse acordo, já que ele anula as reivindicações das formações políticas sobre o andamento das eleições gerais, previstas para 9 de outubro de 2024.
Segundo Araújo, ao assinarem o acordo, os partidos políticos aceitam os problemas relacionados às eleições e, ao mesmo tempo, reconhecem a presidência de Daniel Chapo.
O edil destacou que, embora o objetivo do acordo seja ampliar o debate com mais vozes, ele mantém características que considera pouco democráticas, como nos tempos do bipartidarismo entre Frelimo e Renamo.
“Há mais atores agora, mas o princípio da transparência ainda não está devidamente contemplado”, disse Araújo, observando que os líderes dos partidos que assinaram o documento parecem não ter carregado consigo a legitimidade de suas bases para aprová-lo.
Ele sugeriu que seria mais adequado se os negociadores tivessem retornado às suas fontes de apoio, para que uma apreciação conjunta pudesse conferir maior legitimidade ao acordo. As observações foram feitas durante uma entrevista à TV Miramar.
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