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Cardeal africano e conservador, Robert Sarah é cotado como sucessor de Francisco


Guineense de 79 anos representa ala tradicionalista da Igreja Católica e seria o primeiro papa negro da história

Cidade do Vaticano – O cardeal Robert Sarah, de 79 anos, natural da Guiné, é um dos nomes mais mencionados como possível sucessor do papa Francisco, falecido nesta segunda-feira (21). Caso eleito, Sarah se tornaria o primeiro papa africano e negro da história da Igreja Católica em mais de 1.500 anos.

Figura influente dentro do Vaticano, Sarah é conhecido por sua visão fortemente conservadora e por defender a tradição litúrgica da Igreja. Durante o pontificado de Francisco, ocupou cargos importantes na Cúria Romana, incluindo o posto de prefeito da Congregação para o Culto Divino, tornando-se o número quatro na hierarquia eclesiástica.

Conservadorismo e influência teológica

Autor de sete livros sobre espiritualidade e doutrina, Sarah defende práticas como a celebração da missa em latim e com o sacerdote voltado para o altar – ritos que antecedem as reformas do Concílio Vaticano II. Ele também é crítico das mudanças promovidas por Francisco, como o acolhimento de casais do mesmo sexo e as posições mais abertas em relação à imigração.

Em entrevista recente à TV Fátima, o cardeal destacou a importância do silêncio na vida espiritual. “Deus fala no silêncio. Sem Deus, o homem morre. E Deus só pode nos encontrar no silêncio, não no barulho”, afirmou.

Obstáculos à eleição

Apesar de sua notoriedade, a candidatura de Sarah enfrenta desafios. Um dos principais é sua idade: aos 79 anos, sua eleição significaria um pontificado potencialmente curto. Além disso, a ala progressista da Igreja, reforçada pelas nomeações feitas por Francisco durante seu papado, tende a resistir a um retorno ao conservadorismo.

A escolha do novo papa acontecerá após o período de nove dias de orações e luto oficial pelo pontífice falecido, conhecido como novemdiales. Em seguida, os cardeais se reunirão em conclave para decidir o novo líder da Igreja Católica.

Sarah, com sua biografia marcada pela fé, tradição e firmeza doutrinária, representa uma alternativa clara à linha progressista que marcou os últimos anos do Vaticano — e, por isso mesmo, seu nome está no centro dos debates que precedem o conclave.

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