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Organizações da sociedade civil boicotam Fórum sobre a Terra por falta de transparência


Sete organizações da sociedade civil (OSCs) moçambicanas anunciaram, nesta segunda-feira (28), o boicote à 10.ª Sessão do Fórum de Consulta sobre Terras, alegando irregularidades e exclusão no processo de revisão da Lei de Terras.
Entre as entidades estão:
  • ADECRU (Acção Académica para o Desenvolvimento das Comunidades Rurais)
  • Alternactiva – Acção pela Emancipação Social
  • Justiça Ambiental (JA!)
  • Missão Tabita
  • Natural Justice
  • AJOCME (Associação dos Jovens Combatentes do Monte Errego)
Plataforma da Sociedade Civil da Província de Manica

Principais críticas:

  • Processo excludente e com falta de transparência
  • Marginalização das comunidades rurais, especialmente mulheres, deslocados e habitantes de zonas como Cabo Delgado
  • Falta de acesso a documentos relevantes e ausência de linguagem acessível ou traduções para línguas locais
  • Adoção de normas inspiradas na legislação angolana, com risco de violação dos direitos históricos das comunidades moçambicanas à terra
  • Consultas públicas urbanas, sem real envolvimento das comunidades diretamente afetadas

As OSCs denunciam que o processo pode legitimar deslocações forçadas e comprometer a segurança fundiária das populações locais, que dependem da terra para sua sobrevivência.

Reivindicações:

  • Suspensão imediata do Fórum de Consulta
  • Revisão da metodologia de auscultação pública
  • Inclusão linguística e geográfica
  • Um processo genuinamente participativo e constitucionalmente legítimo

As organizações alertam que não compactuarão com um modelo que, segundo elas, ameaça os direitos fundamentais das comunidades sobre a terra.

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