Rompendo com uma tradição de mais de um século, o Papa Francisco, falecido na segunda-feira (21) aos 88 anos, não será sepultado na Basílica de São Pedro, como é costume entre os pontífices. Em vez disso, será enterrado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, local ao qual tinha profunda devoção.
O funeral do Papa acontecerá no sábado (26), na Praça de São Pedro, seguido do traslado do corpo até Santa Maria Maior, localizada no centro da capital italiana. No testamento, o pontífice solicitou um sepultamento simples, com um túmulo discreto, sem ornamentações, contendo apenas a inscrição Franciscus. Ele também indicou que os custos seriam cobertos por um benfeitor.
Santa Maria Maior, uma das quatro basílicas papais de Roma, era frequentemente visitada por Francisco, que lá rezava antes e depois de viagens internacionais e após períodos de hospitalização. Em dezembro de 2023, o pontífice expressou publicamente o desejo de ser enterrado no local, citando uma “conexão muito forte” com a igreja.
Construída no século V, a basílica é conhecida por sua beleza arquitectónica, incluindo um teto dourado e mosaicos históricos iluminados pela luz natural que entra pelas janelas altas. Seu ícone mais venerado, a Salus Populi Romani, é tradicionalmente associado à proteção dos fiéis, especialmente durante as viagens apostólicas do papa.
Francisco será o primeiro papa sepultado fora da Basílica de São Pedro desde Leão XIII, em 1903, e o primeiro a ser enterrado em Santa Maria Maior desde Clemente IX, em 1669.
O gesto reflete o estilo pessoal do pontífice, marcado pela simplicidade. Desde o início do seu papado em 2013, Francisco evitou o luxo, recusando-se, por exemplo, a morar no Palácio Apostólico e optando por viver na residência de Santa Marta. Ele também ficou conhecido por se deslocar em veículos modestos, como um Ford Focus azul, durante seu pontificado.
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