Trump acusa Harvard de antissemitismo e “ameaça à democracia”; universidade responde com ação judicial

Ex-presidente critica atuação da instituição enquanto disputa na Justiça envolve congelamento de verbas federais

Washington – O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar a Universidade de Harvard nesta quinta-feira (24), chamando a instituição de “antissemita”, “de extrema esquerda” e uma “ameaça à democracia”. As declarações ocorrem em meio a uma disputa judicial entre a universidade e o governo federal, relacionada ao bloqueio de mais de US$ 2 bilhões em verbas públicas.

“Harvard é uma bagunça liberal, permitindo que um certo grupo de lunáticos enlouquecidos entre e saia da sala de aula e vomite raiva e ódio falsos. É realmente horrível!”, afirmou Trump em uma publicação nas redes sociais. Ele também pediu a demissão do advogado Bill Burck, que representa a Organização Trump e que, segundo o ex-presidente, possui vínculos com a universidade.

Burck, sócio-gerente da Quinn Emanuel Urquhart & Sullivan e conhecido por sua atuação em casos de grande repercussão em Washington, foi desligado após os comentários de Trump. Eric Trump, filho do ex-presidente, confirmou que a organização buscará nova representação jurídica, classificando a situação como “um conflito”.

Disputa judicial

A tensão entre Trump e Harvard se intensificou após a universidade entrar com uma ação judicial no início desta semana. Alega-se que o governo Trump bloqueou ilegalmente mais de US$ 2 bilhões em verbas federais destinadas à instituição. Os advogados de Harvard pediram urgência no julgamento e solicitaram uma audiência já para segunda-feira (28).

A juíza Allison Burroughs, indicada pelo ex-presidente Barack Obama, acatou o pedido e convocou uma reunião presencial entre os representantes legais das partes.

O caso marca o primeiro embate judicial direto entre Harvard e a administração Trump após o fim do mandato do ex-presidente, e pode ter desdobramentos relevantes tanto no campo jurídico quanto no debate público sobre liberdade acadêmica e financiamento federal.