Evento mostra como o domínio do idioma se tornou ferramenta essencial para visibilidade e protagonismo internacional
A primeira segunda-feira de maio transforma os degraus do Metropolitan Museum of Art, em Nova York, no tapete vermelho mais aguardado da moda mundial. O Met Gala é muito mais que um desfile de roupas sofisticadas — é uma performance global onde estilo, imagem e narrativa se entrelaçam. E no centro desse espetáculo multicultural está uma constante: o inglês, idioma dominante das conexões criativas e da projeção midiática.
Dos briefings aos bastidores, passando por entrevistas, colaborações e transmissões ao vivo, o inglês permeia todas as etapas do evento. Ele é a língua dos contratos, da imprensa internacional e das redes sociais que amplificam cada look viral. Em um palco como o Met Gala, ter estilo é fundamental — mas comunicar-se em inglês pode ser o diferencial que transforma uma aparição em um momento global.
Foi o que demonstrou a atriz brasileira Bruna Marquezine em sua estreia no Met Gala, em 2023. Vestindo uma criação da designer americana Tory Burch, Bruna chamou atenção pelo visual sofisticado — mas também pela presença confiante diante das câmeras internacionais. Nos bastidores, registrados pela Vogue Brasil, a artista revelou os desafios de participar de um evento de tal magnitude em um idioma estrangeiro.
“It’s intimidating at first, especially when English isn’t your first language” — “É intimidador no começo, especialmente quando o inglês não é sua primeira língua”, afirmou. A frase revela uma realidade compartilhada por muitos artistas não anglófonos: dominar o inglês não é apenas uma exigência técnica, mas uma ferramenta de autonomia.
Dominar o idioma permite negociar diretamente com equipes criativas, participar das decisões estéticas e, sobretudo, contar a própria história com autenticidade. Bruna não apagou sua identidade para se comunicar em inglês. Ao contrário — levou consigo sua herança cultural, mostrando que fluência não exige neutralidade, mas sim abertura.
Com um elenco cada vez mais multicultural, o Met Gala passou a ser uma vitrine global de expressões diversas. Ainda assim, o inglês permanece como idioma de maior alcance — aquele que viraliza frases, transforma discursos em memes e ecoa nas plataformas digitais. Falar inglês, nesse contexto, não é apenas um diferencial — é uma escolha estratégica que garante acesso e representatividade.
No entanto, como lembra o próprio universo da moda, a linguagem também precisa de diversidade. Isso significa promover mais espaços para intérpretes, legendas acessíveis e maior valorização de diferentes sotaques e formas de expressão. Afinal, comunicar-se em inglês não deve significar abrir mão da autenticidade, mas sim ampliá-la.
Aprender inglês, portanto, é preparar-se para ocupar espaços com confiança — não como imposição, mas como possibilidade. Quando artistas como Bruna Marquezine usam esse recurso para brilhar sem perder suas raízes, abrem caminho para novos talentos e reforçam que pertencem a esse palco global.
No fim das contas, o inglês pode até ser a língua franca da moda. Mas são as vozes plurais, firmes e genuínas que dão verdadeiro sentido a esse idioma nas passarelas do mundo.
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