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Minas Gerais celebra sabores autênticos em meio a tradições, afetividade e produtos artesanais


De queijos premiados a pratos fumegantes saídos do fogão a lenha, Minas Gerais se firma como um dos destinos mais ricos e saborosos do Sudeste brasileiro. Em Belo Horizonte, a tradição mineira se revela não apenas nos ingredientes, mas também nas histórias e no orgulho de quem preserva esses saberes.

Na nova temporada do programa CNN Viagem & Gastronomia: Sabores do Brasil, a capital mineira foi o ponto de partida para uma imersão culinária que une afeto e identidade regional. O roteiro começou no icônico Mercado Central, um dos cartões-postais de Belo Horizonte, onde aromas e sabores se misturam nos corredores há quase um século.

Fundado em 1929, o mercado conta hoje com mais de 400 lojas e é referência em produtos típicos. Entre as paradas obrigatórias estão o Bar da Lôra, famoso pelo fígado com jiló, e o Rei do Torresmo, que faz jus ao nome. Outro destaque é o armazém Roça Capital, que reúne antepastos, doces, cafés e, claro, os queijos artesanais mineiros.

Queijo Minas Artesanal: tradição reconhecida pela Unesco

Os queijos produzidos em Minas Gerais ganharam, em dezembro de 2023, o reconhecimento da Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. A honraria destaca os “Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal”, que envolvem apenas quatro ingredientes — leite cru de vaca, sal, coalho e o "pingo", fermento natural produzido na própria fazenda — além de um cuidadoso processo de prensagem manual e maturação em prateleiras de madeira.

Segundo Eduardo Girão, jornalista e especialista no tema, cada microrregião tem seu tempo de maturação. Na Canastra, por exemplo, são 14 dias. No total, a Emater-MG reconhece 10 regiões produtoras no estado, com mais de 8.800 estabelecimentos envolvidos na fabricação artesanal.

Entre os mais procurados está o queijo Capim Canastra, premiado internacionalmente com medalha de prata no Mondial du Fromage, na França. Outro destaque é o Queijo JM, produzido em Alagoa, na Serra da Mantiqueira, que lembra o parmesão, porém com uma textura mais delicada.

Fogão a lenha e comida de raiz

Para além dos queijos, a culinária mineira é símbolo de uma cultura alimentar afetiva. No restaurante Xapuri, em Belo Horizonte, o chef Flávio Trombino mantém viva a herança gastronômica transmitida por sua mãe, Nelsa Trombino, fundadora da casa e referência na cozinha mineira.

No cardápio, pratos que remontam à formação cultural do estado, com influências indígenas, africanas e europeias. Entre os destaques estão o pastel de angu, o frango com quiabo, o feijão tropeiro e o angu feito à moda italiana, com leite, queijo e manteiga. Tudo preparado em panelas de barro e no calor do fogão a lenha.

“A comida mineira é mais que sabor. É memória, é sentimento”, define o chef. Para ele, o sabor de Minas é, acima de tudo, “afetividade”.

Minas como destino gastronômico

Com uma culinária rica e identidade preservada, Minas Gerais desponta como destino essencial para quem busca experiências autênticas no Brasil. Entre o torresmo crocante, o pão de queijo quentinho e os queijos com maturação cuidadosa, cada sabor conta uma história — e convida à próxima visita.

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