A Rádio e Televisão de Portugal (RTP) foi proibida de cobrir actividades da Presidência de Angola, após ter veiculado uma reportagem considerada tendenciosa pelo governo angolano. Dois jornalistas da emissora, mesmo credenciados, foram expulsos do Palácio Presidencial na semana passada.
A situação gerou críticas da Comissão de Carteira e Ética dos Jornalistas de Angola, cuja presidente, Luísa Rogério, apontou que casos de expulsão de jornalistas são recorrentes, principalmente contra órgãos privados que tentam acompanhar a presidência ou o executivo.
O caso ganhou atenção internacional, com repercussões em mídias portuguesas e francesas, o que, segundo Rogério, pode pressionar o governo angolano a reavaliar práticas relacionadas à liberdade de imprensa.
Apesar de Angola ter subido no ranking da Repórteres sem Fronteiras, ainda enfrenta grandes desafios no respeito à liberdade de imprensa.
Este não é um episódio isolado. Em 2017, a SIC também foi censurada por transmitir reportagens críticas ao regime. Agora, a RTP é punida por divulgar conteúdos sobre temas sensíveis como o conflito armado em Cabinda, acesso à água e problemas de saúde pública — assuntos que divergem da narrativa oficial do governo.
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