Gatos são animais independentes é verdade. Mas isso não significa que eles não precisem de atenção e cuidados especiais. Muito pelo contrário: pequenos detalhes na rotina fazem toda a diferença para garantir que seu bichano esteja saudável, estimulado e feliz.
A veterinária Isadora Fappi Scherer, do Pet Care Balneário Camboriú (SC) e certificada como “cat friendly veterinarian” pela Feline Veterinary Medical Association, reuniu seis recomendações práticas e importantes que todo tutor deveria seguir. Confira:
1. Hidrate seu gato mesmo que ele não peça
Os gatos bebem pouca água, e isso tem uma explicação ancestral. Seus antepassados viviam em regiões desérticas e tiravam a maior parte da hidratação das presas que caçavam. Hoje, com ração seca e menos estímulo ao instinto natural, a ingestão de água continua baixa e isso pode trazer sérios problemas para o trato urinário e renal, como cistite, cálculos e até obstruções.
Dicas práticas:
- Inclua sachês e patês na alimentação eles são ricos em água (cerca de 80%);
- Espalhe potes de água pela casa, longe da ração e da caixa de areia;
- Prefira potes de cerâmica, vidro ou inox, que não alteram o sabor da água;
- Aposte em fontes com água corrente gatos adoram e bebem mais;
- Mantenha a água sempre fresca e limpa.
2. Ofereça estímulos físicos e mentais
Gato entediado é gato frustrado. E isso pode se transformar em comportamentos indesejados, como arranhões fora de lugar, agressividade ou apatia. A chave é respeitar o instinto felino e propor brincadeiras e estímulos que imitem situações da vida selvagem como caçar, subir e explorar.
Vale testar:
- Brinquedos que “escondem” petiscos (uma embalagem de ovos funciona bem!);
- Bolas dispensadoras de ração que ele precisa rolar para se alimentar;
- Nichos, prateleiras e arranhadores para explorar o espaço vertical;
- Catnip, matatabi e jardins sensoriais para aguçar o olfato.
3. Brinque com ele todos os dias
Mesmo que seu gato brinque sozinho, ele precisa de interação com você. Momentos de brincadeira fortalecem o vínculo e são importantes para o desenvolvimento emocional do pet. Além disso, ajudam a gastar energia e evitar o sobrepeso.
Como fazer isso do jeito certo:
- Varinhas e bolinhas que imitam presas são ótimas para simular a “caçada”;
- Respeite a sequência natural: atenção → perseguição → captura → ataque;
- Cuidado com o laser! Ele pode causar frustração se o gato nunca "captura" a luz — redirecione o foco para um brinquedo no final da brincadeira.
4. Mantenha a casa limpa sem apagar os “rastros” do seu gato
Gatos são super higiênicos, mas também são territoriais. Aqueles cantinhos em que eles se esfregam não estão ali por acaso: estão marcando o ambiente com feromônios, e isso os ajuda a se sentir seguros. Exagerar na limpeza ou usar produtos fortes pode causar estresse e até problemas de saúde.
Dicas de ouro:
- Deixe o gato escolher um refúgio tranquilo na hora da faxina;
- Prefira produtos de limpeza neutros e sem cheiro forte;
- Não limpe com frequência excessiva os locais onde ele se esfrega;
- Se precisar restringir o acesso a algum cômodo, garanta que ele tenha caixa de areia, comida e água por perto.
5. Fique de olho na saúde bucal
É comum os tutores negligenciarem a saúde dos dentes dos gatos — e isso pode custar caro. Doenças na boca causam dor, inflamação e, em casos mais graves, afetam órgãos como rins, fígado e coração. E o pior? Gatos escondem sinais de dor como ninguém.
Para evitar problemas:
- Acostume seu gato à escovação desde filhote, com escovas e pastas específicas para pets;
- Movimentos suaves, sem forçar;
- Alimentos balanceados também ajudam na limpeza natural dos dentes.
6. Leve seu gato ao veterinário em um ambiente “cat friendly”
Consultas e check-ups são essenciais para detectar qualquer problema precocemente. Mas, para os gatos, o ambiente da clínica faz toda a diferença. Locais muito movimentados, com cães agitados, barulho ou odores fortes podem causar estresse.
O que procurar:
- Clínicas com salas separadas para gatos;
- Uso de feromônios no ambiente para reduzir a ansiedade;
- Áreas elevadas para que o gato possa observar e se sentir mais seguro;
- Exames rápidos e com o mínimo de manipulação possível.
Cuidar de um gato vai muito além de alimentar e trocar a areia. É preciso entender suas necessidades, respeitar seus limites e criar um ambiente que o estimule e o faça se sentir seguro.
Com pequenas mudanças no dia a dia, você garante um pet mais feliz, saudável e, claro, ainda mais companheiro.
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