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ARC impõe restrições à Grindrod na compra total do Terminal de Carvão da Matola

ARC impõe restrições à Grindrod na compra total do Terminal de Carvão da Matola

Regulador teme monopólio e impõe medidas para proteger concorrência e acesso ao terminal

A Autoridade Reguladora da Concorrência (ARC) aprovou, com condições rigorosas, a compra de 100% das ações do Terminal de Carvão da Matola (TCM) pela Grindrod Mauritius (GMU), que já detinha 65% da infraestrutura. A aquisição dos restantes 35% à Vitol Mauritius Limited (VML) torna a GMU a única controladora do terminal.

Segundo a ARC, embora a transação não seja bloqueada, impõe-se um conjunto de condições para mitigar riscos significativos à concorrência. O TCM detém posição dominante nos terminais de carvão de Maputo e Matola, o que pode prejudicar empresas concorrentes caso a GMU abuse da sua posição.

“Há risco de encerramento de mercado (‘input foreclosure’), dado o controlo da GMU sobre as infraestruturas críticas e a possibilidade de favorecer as suas próprias subsidiárias”, alerta o regulador.

Condições impostas pela ARC

A GMU e o TCM terão de cumprir os seguintes requisitos:
  • Reservar entre 267.000 e 400.000 toneladas/ano de capacidade do terminal a novos e pequenos clientes, inclusive concorrentes da GMU;
  • Assegurar transparência e evitar favoritismo na alocação de volumes;
  • Proibir contratos forçados com empresas do grupo GMU;
  • Publicar relatórios semestrais sobre capacidade, volumes exportados e tarifas aplicadas;
  • Garantir preços justos e não discriminatórios a todos os clientes;
  • Submeter relatórios anuais confidenciais à ARC nos primeiros 3 anos, e trienais depois disso;
  • Permitir auditorias independentes e fornecer documentação à ARC sempre que solicitado;
  • Não limitar a escolha de operadores logísticos pelos clientes.

Impacto

A medida visa evitar que a GMU monopolize o acesso ao carvão exportável, limitando a competição nos sectores de mineração e logística, cruciais para a economia moçambicana.

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