Desabamentos em minas artesanais continuam a fazer vítimas, num cenário de insegurança, exploração ilegal e ausência de controlo estatal
Pelo menos 20 pessoas morreram desde o início de 2025 devido a desabamentos em zonas de mineração artesanal ilegal na província de Manica, uma das regiões mais ricas em ouro no país.
A revelação foi feita por Silva Manuel, director dos Serviços Provinciais de Infra-estruturas de Manica, que admite que o número de vítimas pode ser ainda maior:
“Muitos casos não são reportados por medo ou isolamento. Estimamos mais de 20 mortes, especialmente em locais sem fiscalização regular.”
Distritos mais afectados
Os distritos de Manica, Gondola e Báruè são os que mais registam acidentes mortais, geralmente provocados por métodos rudimentares de escavação, ausência de medidas de segurança e instabilidade dos solos.
“Estamos a sensibilizar os garimpeiros sobre os riscos. Trabalhar em associações seria um passo importante para garantir condições mínimas de segurança”, apelou o responsável.
Casos mais recentes
- 24 de Março: Dois mineiros morreram em um desabamento numa mina de turmalinas em Báruè.
- Fevereiro: Três mortos e dois feridos também em Báruè, após um deslizamento de terras numa zona de garimpo.
Recursos e riscos
A província de Manica é rica em ouro e pedras semipreciosas, atraindo milhares de garimpeiros informais. Os distritos de Macossa, Sussundenga e Barué concentram a maior parte das jazidas, que são alvo de exploração ilegal, com forte impacto ambiental, social e humano.
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