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Ossufo Momade quebra silêncio e responsabiliza Estado e comunidade internacional por fracassos no DDR

Ossufo Momade quebra silêncio e responsabiliza Estado e comunidade internacional por fracassos no DDR

O líder da RENAMO, Ossufo Momade, reapareceu esta terça-feira (3) após um longo período de silêncio, num contexto marcado por crescente tensão interna no partido, especialmente após a ocupação da sede da organização por antigos guerrilheiros exigindo a sua renúncia.

Durante a IV Reunião da Associação dos Combatentes da Luta pela Democracia (ACOLDE), realizada em Maputo, Momade procurou distanciar-se das acusações de má gestão do processo de pensões dos desmobilizados, colocando a responsabilidade sobre o Estado moçambicano e a comunidade internacional.

“Não é a RENAMO, muito menos Ossufo Momade, quem define e paga os valores das pensões. É dever do Estado, através do Governo, materializar todo o processo”, afirmou o líder da oposição.

Segundo Momade, os compromissos assumidos no âmbito do Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) não têm sido cumpridos na íntegra, e apontou falhas por parte da comunidade internacional, destacando o papel do embaixador Mirko Manzoni, que atuou como enviado pessoal do Secretário-Geral das Nações Unidas para o processo.

“Lamentavelmente, não estamos a ter os resultados das promessas da comunidade internacional”, acrescentou.

Apesar das críticas, Momade apelou à continuidade do diálogo e reiterou que os princípios negociados desde o tempo do falecido líder Afonso Dhlakama continuam em vigor, não tendo havido alterações às equipas nem aos termos acordados.

O líder da RENAMO negou ainda de forma categórica qualquer envolvimento em alegados desvios de fundos destinados aos desmobilizados:

“Nunca recebi valores destinados aos desmobilizados. Se alguém tem provas, que as apresente.”

A sua reaparição pública surge numa altura delicada, em que o partido enfrenta forte pressão interna, e a implementação do DDR continua a ser alvo de desconfiança por parte de muitos dos seus beneficiários, que denunciam exclusões e promessas não cumpridas.

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