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RENAMO acusa município de Quelimane de desviar 86 milhões de meticais

RENAMO acusa município de Quelimane de desviar 86 milhões de meticais

Bancada da oposição contesta relatório de atividades de 2024 apresentado pela vereação, enquanto FRELIMO questiona gastos com viagens do presidente da edilidade

A bancada da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) na Assembleia Municipal de Quelimane acusou na sexta-feira a edilidade local de desviar cerca de 86,7 milhões de meticais. A denúncia foi apresentada durante sessão que analisava o Relatório do Balanço de Atividades de 2024.

Contestação ao relatório municipal

A acusação surge da discordância da RENAMO com informações constantes no documento apresentado pela vereação da Administração e Finanças. A vereadora responsável negou as alegações, afirmando que as acusações não são verdadeiras.

O valor específico mencionado pela oposição - 86.733.846,15 meticais - sugere análise detalhada dos registros financeiros municipais por parte da bancada da RENAMO.

FRELIMO questiona viagens de Manuel de Araújo

Em movimento político cruzado, a bancada da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) questionou a origem dos fundos para as frequentes viagens internacionais do presidente do município, Manuel de Araújo, eleito pela RENAMO.

Segundo a FRELIMO, constam gastos com viagens nos registros municipais, embora nenhum membro da Assembleia Municipal tenha viajado em missão de serviço oficial. Araújo alega que suas viagens são financiadas por parceiros que o convidam.

Gastos com viagens superam 10 milhões

Documento citado pelo jornal "Diário da Zambézia" revela que as viagens nacionais e internacionais do pessoal municipal custaram aproximadamente 10 milhões de meticais em 2024. O montante teria coberto passagens aéreas e ajudas de custo.

A discrepância entre os gastos registrados e as alegações sobre financiamento externo das viagens presidenciais tornou-se ponto central do debate político na assembleia municipal.

Presidente promete esclarecimentos

Manuel de Araújo participou da sessão mas optou por não comentar imediatamente as acusações de desvio de recursos. O presidente municipal prometeu explicar a situação "em ocasiões oportunas", deixando as questões em aberto.

A ausência de esclarecimentos imediatos intensifica a tensão política entre as bancadas e levanta questões sobre transparência na gestão municipal.

Polarização política na Zambézia

O caso ilustra a polarização política em Quelimane, onde um presidente eleito pela RENAMO governa sob escrutínio de uma assembleia com representação significativa da FRELIMO. As acusações cruzadas demonstram o clima de desconfiança entre as forças políticas.

Transparência em questão

As denúncias levantam questões fundamentais sobre transparência e prestação de contas na gestão municipal. O valor alegadamente desviado representa quantia significativa para os cofres municipais de Quelimane.

A situação exige esclarecimentos detalhados tanto sobre os gastos questionados quanto sobre os mecanismos de controle financeiro da edilidade. A população quelimanese aguarda respostas concretas sobre a gestão dos recursos públicos municipais.

O desenrolar do caso poderá ter implicações políticas significativas para a governação municipal e as relações entre as diferentes forças políticas na província da Zambézia.

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