A Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) exigiu, esta segunda-feira (2), a retirada urgente da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) das suas infraestruturas em Maputo, incluindo a sede nacional do partido e o gabinete do presidente Ossufo Momade, que se encontram ocupados e encerrados desde a semana passada.
A denúncia foi feita por André Magibiri, membro sénior da RENAMO e integrante da Comissão de Assuntos Militares, durante declarações à imprensa na IV Reunião da Associação dos Combatentes pela Democracia (ACOLDE) – um órgão ligado à formação política.
Segundo Magibiri, a presença contínua da polícia de intervenção nos edifícios da RENAMO impede o normal funcionamento das atividades partidárias e constitui uma violação dos direitos políticos da organização.
“É inaceitável que agentes da Polícia da República de Moçambique estejam instalados na nossa sede como se tivessem tomado posse dela. Isso não faz absolutamente nenhum sentido. O nosso apelo é claro: a UIR deve abandonar as instalações com efeitos imediatos”, declarou.
Apesar de ter sido questionado sobre a possibilidade de a própria RENAMO ter solicitado apoio policial, Magibiri não confirmou nem negou a hipótese. Reforçou, no entanto, que não existe qualquer justificação legal para a ocupação e que a atuação da polícia configura um abuso de poder e intimidação política.
Em tom crítico, o dirigente sugeriu que, se a UIR carece de espaço, deveria instalar-se na sede da FRELIMO ou na Ponta Vermelha, sede da Presidência da República.
“A RENAMO não é inimiga da FRELIMO nem da UIR, mas se a polícia não tem onde ficar, que vá para a sede da FRELIMO ou para a Ponta Vermelha”, afirmou Magibiri, apelando à intervenção direta do Comandante em Chefe das Forças de Defesa e Segurança, Daniel Chapo.
O episódio reacende o clima de tensão entre o maior partido da oposição e o Governo, num momento em que se aguarda a consolidação da paz e reconciliação nacional. A ocupação da sede da RENAMO pela UIR ocorre a menos de cinco meses das eleições gerais de 2025, levantando preocupações sobre o ambiente político e o respeito pelos direitos das formações partidárias em Moçambique.
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