
Eleitores marfinenses voltam às urnas neste sábado para escolher o próximo Presidente, em meio a denúncias de desinformação e protestos pela exclusão de líderes da oposição.
A Costa do Marfim prepara-se para votar no sábado em um pleito marcado por controvérsia, desinformação e receios de instabilidade política. Dos 60 candidatos inicialmente inscritos, apenas cinco tiveram as candidaturas validadas pelo Conselho Constitucional, entre eles o actual Presidente Alassane Ouattara, de 83 anos, que busca novo mandato.
Ouattara tenta prolongar domínio político
No poder desde 2011, Ouattara procura ser reeleito pela quarta vez, apesar das críticas de inconstitucionalidade. A Constituição marfinense limita o Presidente a dois mandatos, mas uma interpretação do Conselho Constitucional em 2020 redefiniu o “contador de mandatos” após a adoção da nova Carta Magna em 2016 decisão que abriu caminho para a continuidade do líder da União dos Houphouëtistas pela Democracia e a Paz (RHDP).A decisão foi recebida com forte resistência por parte da oposição, que acusa o governo de instrumentalizar a Justiça e restringir o processo democrático.
Oposição fora da corrida e clima de tensão
Os dois principais opositores Laurent Gbagbo, ex-presidente, e Tidjane Thiam, antigo diretor do Credit Suisse foram excluídos da corrida. Gbagbo foi impedido por conta de uma condenação judicial em 2018, enquanto Thiam teve sua candidatura rejeitada por questões de nacionalidade.A exclusão reacendeu a desconfiança sobre a transparência do processo eleitoral, num país que ainda carrega as feridas do conflito pós-eleitoral de 2010-2011, que deixou mais de 3.000 mortos e dividiu o país.
Candidatos restantes e o risco de nova crise
Além de Ouattara, concorrem nesta eleição os ex-ministros Jean-Louis Billon e Ahoua Don Mello, a ex-primeira-dama Simone Ehivet Gbagbo, líder do Movimento das Gerações Capazes (MGC), e Henriette Lagou, do partido Renovação para a Paz e a Concórdia (RPC-PAIX).Observadores internacionais alertam que o contexto de desinformação e exclusão política pode aumentar a tensão pós-eleitoral e comprometer a estabilidade democrática da Costa do Marfim.
Comentários
Postar um comentário