Médicos residentes do Hospital Central da Beira suspendem greve após pagamento parcial da dívida de horas extras

Os médicos residentes do Hospital Central da Beira (HCB) decidiram suspender a greve que estava prevista para iniciar no sábado (25), após o Governo pagar três meses das horas extraordinárias em dívida. A paralisação ameaçava afectar os serviços de urgência e as actividades fora do horário normal na maior unidade hospitalar da região centro de Moçambique.
De acordo com a Agência de Informação de Moçambique (AIM), o diferendo tem origem na implementação da Tabela Salarial Única (TSU), introduzida há dois anos. Desde então, os médicos afirmam que deixaram de receber as horas extras, que anteriormente eram pagas sob a forma de taxa adicional.
Com a confirmação do pagamento parcial, os profissionais optaram por uma trégua. “Os nossos colegas, com bom senso, decidiram suspender a greve e regressar ao trabalho. Vamos reunir-nos novamente para avaliar o cumprimento dos prazos e definir os próximos passos das negociações”, explicou um representante dos médicos residentes.
Os profissionais reconhecem, contudo, que o montante pago cobre apenas três meses referentes a 2025, enquanto a dívida total remonta a 2023. “Acreditamos que o Governo continuará o processo de regularização. Por agora, decidimos dar esse crédito à administração e manter o diálogo”, afirmou outro médico, citado pela Carta de Moçambique.
O representante dos residentes do HCB confirmou ainda que os pagamentos não foram feitos simultaneamente: a maioria recebeu o valor na sexta-feira, outros no sábado, e o restante deverá ser pago ao longo da semana.
Com a suspensão da greve, os serviços hospitalares voltam à normalidade, enquanto os médicos aguardam a liquidação total das horas extraordinárias em atraso e a estabilização do sistema de remuneração estabelecido pela TSU.
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