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Meta AI dispara após estreia do Vibes, mas ainda fica atrás do Sora da OpenAI



Feed de vídeos com inteligência artificial faz downloads do aplicativo da Meta crescerem 56% desde setembro, mas engajamento ainda é baixo e rival da OpenAI mantém liderança.

O lançamento do Vibes, novo feed de vídeos gerados por inteligência artificial (IA) dentro do Meta AI, impulsionou os downloads do aplicativo em 56% desde setembro, segundo dados da Appfigures divulgados nesta terça-feira (28). Até 18 de outubro, o app já havia acumulado 3,9 milhões de instalações.

Apesar do crescimento expressivo, a Meta ainda fica atrás da OpenAI, dona do ChatGPT. No mesmo período, o Sora, plataforma rival focada em vídeos por IA, registrou 2,6 milhões de downloads apenas no iPhone.

Crescimento rápido, mas com desafio de engajamento

O Vibes foi lançado em 25 de setembro de 2025 como um feed totalmente gerado por IA dentro do aplicativo Meta AI. O recurso usa modelos parceiros como Midjourney e Black Forest Labs, além de criadores de conteúdo pagos, para alimentar o novo formato.

De acordo com a Appfigures, o aumento nas instalações mostra que o Vibes atraiu a atenção inicial do público, mas o engajamento continua limitado. O crescimento, portanto, é visto como um “teste público” da estratégia de IA da Meta antes da divulgação do balanço financeiro do terceiro trimestre, que acontece nesta quarta-feira (29).

Atualmente, a Meta mede sucesso mais por remixes de vídeos quando usuários reutilizam criações geradas pela IA do que por curtidas ou comentários, que permanecem baixos.

Estratégia de IA da Meta passa por mudanças

O Vibes também marca uma mudança de direção estratégica da empresa. Em vez de depender apenas de seus próprios modelos, a Meta passou a adotar soluções de terceiros para acelerar entregas e competir com rivais mais avançadas, como a OpenAI.

A decisão vem após o desempenho abaixo do esperado do Llama 4, modelo de linguagem desenvolvido internamente. A companhia respondeu com uma reestruturação bilionária na divisão de IA, que incluiu:
  • Demissão de cerca de 600 funcionários;
  • Criação da Superintelligence Labs, liderada por Nat Friedman;
  • Transferência de Vishal Shah, antes responsável pelo metaverso, para a área de produtos de IA;
  • Nomeação de Alexandr Wang (ex-Scale AI) como líder técnico.
A Meta também aposta em pagamentos a criadores e na distribuição em mercados emergentes, como a Índia, onde o TikTok é proibido e o uso do Meta AI pelo WhatsApp é alto.

Vibes enfrenta críticas e ceticismo

Apesar da expansão rápida, o Vibes enfrenta críticas de usuários e especialistas. Parte da imprensa internacional classificou o feed como “AI slop”, expressão usada para descrever conteúdo gerado por IA repetitivo e de baixo valor.

Criadores relatam baixa interação, com vídeos recebendo menos de dez curtidas e quase nenhum comentário. A principal métrica de atividade continua sendo o número de remixes, o que levanta dúvidas sobre a profundidade do uso.

Ainda assim, investidores encaram o Vibes como um teste decisivo para a estratégia de IA da Meta. O desempenho do recurso será um dos temas centrais da teleconferência de resultados desta quarta-feira, quando a empresa deve detalhar se o pico de downloads está se convertendo em retenção e engajamento real.

Expectativas para o balanço

As projeções de mercado indicam que a Meta deve registrar receita de US$ 49,4 bilhões no trimestre, um crescimento de 22% em relação ao mesmo período de 2024, com alta anual de 19%.

A empresa mantém a inteligência artificial como prioridade estratégica, buscando equilibrar crescimento de usuários, investimentos em infraestrutura de IA e retorno financeiro para os acionistas.

(Com informações da CNBC e Appfigures)

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