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ANAMOLA Submete Proposta de Nova Bandeira de Moçambique à Assembleia da República



A Aliança Nacional para um Moçambique Livre e Autónomo (ANAMOLA) submeteu, nesta quinta-feira, uma proposta oficial de nova Bandeira de Moçambique à Assembleia da República, em Maputo. O anúncio foi feito por Venâncio Mondlane, que liderou a delegação responsável pela apresentação do anti-projecto.

Segundo Mondlane, a proposta resulta de um processo participativo de carácter popular, envolvendo milhares de cidadãos. “Esta bandeira é exactamente o resultado da vontade popular”, afirmou, acrescentando que espera ver o tema debatido nas próximas sessões de revisão pontual da Constituição da República.

A nova proposta foi escolhida entre mais de cinco mil sugestões enviadas por designers nacionais e internacionais, num processo de votação pública realizado nas redes sociais, que reuniu perto de 80 mil votos.

Mondlane recordou que a actual bandeira, adoptada em 1983, surgiu de um processo que descreveu como politicamente exclusivo e pouco democrático, alegando que a decisão foi tomada por apenas um partido, sem consulta alargada à sociedade. Para a ANAMOLA, esta é uma oportunidade para redefinir a simbologia nacional com base em princípios mais inclusivos.

Críticas à Simbologia Actual

O presidente-interino da formação política apontou que a bandeira vigente contém elementos associados à violência e a conflitos armados, nomeadamente a arma AKM-47. Por esse motivo, a nova proposta exclui qualquer símbolo que remeta para agressão militar.

Também a enxada de cabo curto, presente na bandeira actual, foi criticada por representar uma visão considerada “retrógrada” da agricultura moçambicana. Mondlane defende que a imagem reflecte práticas ultrapassadas, sem correspondência com as tecnologias modernas e com a evolução do sector agrário. “Se estamos a falar de alimentar uma nação, a ideia tem de passar pelas tecnologias aplicadas às políticas agrárias. Por isso, retiramos a enxada que simboliza uma agricultura primitiva”, explicou.

Confiança na Aprovação do Anti-projecto

Para Mondlane, a proposta está alinhada com valores e interesses suprapartidários, o que reforça a possibilidade de aceitação pelo parlamento. “Estamos optimistas porque as razões que fundamentam a proposta não têm nada a ver com interesses particulares. As imagens que compõem a nova bandeira vão alavancar a imagem de Moçambique além-fronteiras”, afirmou.

Questionado sobre a eventual interferência da proposta nos trabalhos da Comissão Técnica (COTE) para o Diálogo Nacional Inclusivo, Mondlane esclareceu que se trata de um tema independente dos termos de referência da Comissão.

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