Professores dão ultimato ao Governo: pagamento das horas extras até 15 de Novembro ou paralisação nacional

A Associação Nacional de Professores (ANAPRO) deu um ultimato ao Governo de Moçambique, exigindo o pagamento das horas extras em atraso até 15 de Novembro, sob pena de paralisação nacional durante os exames finais do ensino primário e secundário.
A decisão foi anunciada após a entrega de uma carta ao Presidente da República, onde a organização expõe as suas principais reivindicações e manifesta “profunda insatisfação” com o atraso no cumprimento das promessas feitas ao sector da Educação.
“Até ao dia 15 de Novembro, se não houver pagamento, na sexta-feira seguinte iremos anunciar a paralisação à escala nacional”, afirmou o porta-voz da ANAPRO, Isac Marrengula, destacando que o descontentamento é geral entre os professores em todo o país.
ANAPRO exige cumprimento de promessas e melhores condições de trabalho
De acordo com o jornal Carta de Moçambique, a ANAPRO considera que, se o Governo pretende que os exames nacionais decorram sem sobressaltos, deve assegurar a regularização imediata das horas suplementares.A associação recorda que, durante o período eleitoral, foi prometido o pagamento dessas horas, mas pouco foi feito até agora.
- O documento entregue pela ANAPRO apresenta ainda outras reivindicações estruturais, como:
- Melhoria das condições de trabalho nas escolas;
- Revisão do rácio professor-aluno, para reduzir a sobrecarga docente;
- Correção de assimetrias salariais;
- Pagamento das horas suplementares em atraso nas diversas províncias.
Governo pede paciência e garante início do pagamento de 2023
A Ministra da Educação e Cultura, Samira Tovela, pediu recentemente paciência aos professores, reconhecendo as dificuldades financeiras enfrentadas pelo Estado.“Não é fácil pagar horas extras de três anos num só ano. Há um processo de organização. Entretanto, o pagamento de 2023 já começou e 2024 está a ser preparado. Mas, acima de tudo, pedimos aos professores sentido humano e responsabilidade, pois são nossas crianças que não podem ficar sem aulas”, afirmou Tovela à margem do I Conselho Coordenador do seu pelouro.
O impasse ocorre num momento crítico do calendário académico, com exames nacionais prestes a iniciar, o que aumenta a tensão entre o Governo e os professores.
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